{"id":1906,"date":"2022-03-23T12:15:14","date_gmt":"2022-03-23T12:15:14","guid":{"rendered":"https:\/\/method.derosemeditation.com\/?p=1906"},"modified":"2022-03-23T12:17:34","modified_gmt":"2022-03-23T12:17:34","slug":"uma-genuina-e-destemida-felicidade","status":"publish","type":"post","link":"https:\/\/derosetrindade.com.br\/en\/uma-genuina-e-destemida-felicidade\/","title":{"rendered":"Uma genu\u00edna e destemida felicidade"},"content":{"rendered":"
Um jovem escritor brasileiro que vive no exterior veio ao Brasil e passou algumas horas descontra\u00eddas com o nosso pessoal de Curitiba. Ele n\u00e3o sabia que se tratava de gente do DeROSE Method, alunos e instrutores. Melhor assim, pois dessa forma estava receptivo \u00e0 experi\u00eancia de conviver com a nossa egr\u00e9gora, sem id\u00e9ias pr\u00e9-concebidas. O que se segue \u00e9 o texto que ele escreveu sob o t\u00edtulo acima:<\/p>\n\n\n\n
\u201c\u00c9 bom estar no meio de pessoas que n\u00e3o se importam com pol\u00edtica. Nem com os rumos da literatura contempor\u00e2nea. \u00c9 bom estar no meio de pessoas que riem de si e dos outros sem perversidade. Que n\u00e3o julgam. \u00c9 bom estar no meio de pessoas.<\/em><\/p>\n\n\n\n Passei em Curitiba uma agradabil\u00edssima noite com amigos. Tudo bem que eu sabia o nome de apenas dois ou tr\u00eas. Mas eram, v\u00e1 l\u00e1, amigos. Porque me senti completamente \u00e0 vontade, como h\u00e1 anos n\u00e3o me sentia, para ser eu mesmo. E quem sou eu? Esta \u00e9 uma pergunta que me fa\u00e7o com espantosa e deprimente freq\u00fc\u00eancia. Eu sou aquele que estava ali, em p\u00e9 na bancada, comendo um peda\u00e7o de p\u00e3o com muita manteiga. Prazer.<\/em><\/p>\n\n\n\n Foram cinco horas de nenhuma conversa s\u00e9ria. Nenhuma teoria da conspira\u00e7\u00e3o, nenhuma reclama\u00e7\u00e3o, nenhum medo. \u00c9ramos, novamente, crian\u00e7as num jardim de inf\u00e2ncia \u2013 e isso era bom! Voltando para casa percebi que passamos cinco horas \u2013 cinco horas! \u2013 fazendo trocadilhos imbecis dignos da Pra\u00e7a \u00c9 Nossa. R\u00edamos, r\u00edamos muito. \u00c9ramos cretina e deliciosamente felizes.<\/em><\/p>\n\n\n\n Voc\u00ea pode pensar que est\u00e1vamos b\u00eabados. Mas… n\u00e3o! N\u00e3o havia uma s\u00f3 gota de \u00e1lcool na festa. Est\u00e1vamos mesmo embriagados pela sensa\u00e7\u00e3o inequ\u00edvoca de estarmos juntos. \u00c9ramos todos da mesma gera\u00e7\u00e3o, t\u00ednhamos vivido mais ou menos a mesma coisa. Busc\u00e1vamos coisas bem diversas, \u00e9 verdade. Mas o tempo nos unia. Sempre vi o Zeitgeist como um monstro. Descobri, nesta noite, que ele pode ser tamb\u00e9m um fantasminha camarada.<\/em><\/p>\n\n\n\n Sinto confessar, mas me falta a conviv\u00eancia com pessoas cujo \u00fanico objetivo na vida \u00e9 esta felicidade pequena e ador\u00e1vel. Uma felicidade que n\u00e3o busca se explicar com refer\u00eancias po\u00e9ticas ou filos\u00f3ficas. Uma felicidade que simplesmente \u00e9. N\u00e3o \u00e9ramos pessoas idiotas naquela casa. Cada qual, eu podia perceber, sabia-se dono de uma exist\u00eancia \u00fanica, marcada por opini\u00f5es tamb\u00e9m \u00fanicas. Eram todas admir\u00e1veis por sua individualidade. Eram todas louv\u00e1veis porque n\u00e3o procuravam o prazer pelo massacre do diverso.<\/em><\/p>\n\n\n\n Naquela noite, fui feliz. Falei o que pensava sem medo do julgamento. Melhor: muitas vezes falei o que nem pensava. Ningu\u00e9m levantou a voz. Ningu\u00e9m fez cara feia. Ningu\u00e9m engoliu uma opini\u00e3o por medo. Ningu\u00e9m emitiu sua opini\u00e3o para se provar inteligente.<\/em><\/p>\n\n\n\n Sa\u00ed para a noite no meu passo mais alegre. Dou uns pulinhos quando estou assim. A noite estava fria, mesmo sendo novembro. O caminho para casa pareceu seguro demais e aconchegante demais. Deitei na cama. Era anivers\u00e1rio do meu amigo Alessandro. Desnecess\u00e1rio dizer, por\u00e9m, que o melhor presente quem ganhou fui eu.\u201d<\/em><\/p>\n\n\n\n Paulo Polzonoff Jr.<\/em><\/strong><\/p>","protected":false},"excerpt":{"rendered":" Um jovem escritor brasileiro que vive no exterior veio ao Brasil e passou algumas horas descontra\u00eddas com o nosso pessoal de Curitiba. Ele n\u00e3o sabia que se tratava de gente do DeROSE Method, alunos e instrutores. Melhor assim, pois dessa forma estava receptivo \u00e0 experi\u00eancia de conviver com a nossa egr\u00e9gora, sem id\u00e9ias pr\u00e9-concebidas. 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